
As cirurgias eletivas que deveriam ser feitas na unidade foram suspensas e só são operados os pacientes com casos graves. Logo na entrada dá para perceber o drama enfrentado por médicos e pacientes.
Na emergência do hospital, quando as ambulâncias chegam, os pacientes vão para um espaço até receber a medicação e a avaliação médica. A direção do hospital diz que esse processo poderia acontecer em uma sala separada, com mais conforto e qualidade no atendimento, mas na emergência os pacientes ficam em macas no meio de um corredor.
O resultado da falta de espaço é a superlotação. A enfermaria de apoio da emergência tem o dobro dos pacientes e falta estrutura.
“A espessura do colchão é dessa finurinha, então não tem conforto nenhum. Não tem conforto e ela está com muito frio e o quadro dela é de pneumonia. A tendência é piorar”, disse Alessandra Botelho da Silva, que acompanhava uma paciente.
No estoque de insumos, onde ficam os materiais como luvas, gazes e outros produtos indispensáveis para o dia a dia de um hospital, as prateleiras estão quase vazias. Segundo a direção do hospital, a farmácia tem apenas 60% do estoque de remédios.
Salários atrasadosAlém da falta de estrutura, os funcionários também estão com dois meses de salários atrasados e só receberam uma parte do 13º salário. A prefeitura diz que a situação chegou a este ponto por que falta dinheiro.
Em 2002, o governo federal cedeu a administração do hospital para o município de Nova Iguaçu, mas agora a atual prefeitura diz que não tem condições de manter a unidade funcionando.
Em nota, o Ministério da Saúde informou que os recursos federais do SUS destinados ao hospital de Nova Iguaçu chegam a R$12 milhões por mês, mas a prefeitura mostrou uma planilha do Ministério da Saúde de janeiro desse ano e diz que, para o Hospital da Posse, só foi repassada a verba de R$6,3 milhões.
O diretor do hospital disse que os gastos chegam a R$14 milhões por mês e que o governo federal não reajusta o repasse há três anos. Segundo ele, neste período, o número de pacientes triplicou.
“A gente tem uma quantidade de verba recebida pelo Ministério da Saúde muito aquém das nossas necessidades. O hospital, inclusive, tem a possibilidade de ser reintregre, obviamente reintregue ao Ministério, o município não tem como arcar com esta dívida, não tem como arcar com este ônus e fechar. O hospital pode fechar se o município não tem condição e se o Ministério não assumir essa responsabilidade”, disse Lino Ciro Neto, diretor médico do hospital.

“Através da regulação do estado, se for o caso da União não querer manter aberto o Hospital da Posse, a gente faz a transferência para outros hospitais do Rio de Janeiro. Se não conseguirmos resolver esse problema do financiamento, a União vai ter que assumir a responsabilidade que é dela”, disse Rogério Lisboa.
O prefeito afirmou ainda que o governo federal não está arcando com a parte que deveria ser de sua responsabilidade e que, dessa forma, não tem como mante o hospital funcionando.
“O governo federal tem que entrar com 70% do custeio. O governo do estado tem que entrar com 15% e o município com mais 15% e a União não tem feito a parte dela. Esse é o problema. A gente vai devolver à União para que ela toque, como ela toca Bonsucesso, como toda o Servidor. Hoje, o custeio do hospital está em torno de R$ 20 milhões. Eles tinham que fazer um repasse de R$ 14 milhões e hoje só fazem de R$ 6,3 milhões e o restante fica por conta do município e o município não aguenta isso porque é uma região enorme”, completou.
fonte: http://g1.globo.com/rio-de-janeiro/noticia/prefeito-diz-que-hospital-geral-de-nova-iguacu-no-rj-pode-fechar.ghtml
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